Da
Impressora Pontagrossense pouca coisa foi preservada um balanço realizado 30 de
dezembro de 1950, um exemplar do Jornal da Manhã de Ponta Grossa, em sua edição
de 25 de janeiro de 1964, um exemplar da Revista Operária de Ponta Grossa do
dia 30 de novembro de 1929, uma lista de preços do antigo estabelecimento
gráfico Express e um exemplar da revista Vida Princesina de novembro-dezembro
de 1952.
O artigo da Revista Princesina tem como título “Raiscosk e Traple” e inicia assim:
“Tivemos o agradável ensejo em visitarmos nesta cidade a conceituada e acreditada firma Raicosk e Traple, da qual são componentes os nossos prezados patrícios senhores, Miguel Raicosk e Guilherme Traple, autêntico vanguardeiros no comércio tipográfico na Princesa do Campos. Teve o seu marco inicial em 28 de agosto de 1929, quando um grupo de profissionais resolveu criar nesta cidade, em modesta tenda, uma oficina tipográfica que pelo labor continuo de seus componentes, chegou a suprir em grande parte a necessidade dos nossos meios comerciais, avançando sempre para a senda do progresso, pois cada ano que transcorria mais se avolumava seu capital, seus maquinários, acompanhando em cada fase a evolução natural do ciclo artísticos das composições e o perfeito acabamento das encomendas que lhes foram confiadas”.
E no segundo parágrafo:
“Hoje, do remanescentes daquele pugilo de denodados
trabalhadores avulta a figura laboriosa de Miguel Rascoski Sobrinho, que em
1940 prevendo as necessidades do meio, o progresso de nossa terra, sentiu a
necessidade de melhor ampliar o seu comércio se aliando em sociedade ao
profundo conhecedor do “metier” Sr. Guilherme Traple, verdadeiro artista do
ramo, criação da Impressora Pontagrossense, firma esta de elevado crédito, que
gira com um capital equivalente a mais de 2 milhões de cruzeiros.”
Depois de
enumerar a produção tipográfica da Impressora Pontagrossense o artigo prossegue
abordando a figura de Guilherme Traple que “como acima dissemos é um artista na
verdadeira concepção da palavra, pois à sua pessoa está confiada a secção de
litografia que produz com rara perfeição todo
serviço no gênero, em cores variadas, desenhos artísticos para cartazes,
rótulos em geral, materiais para propaganda, etc.”
Alusões ao
parque gráfico:
“... Ainda recentemente foi adquirido, sob importação alemã, uma
autêntica “ORIGINAL HEIDELBERG”, máquina automática que imprime um mínimo de 5
mil exemplares. Outra conquista de vulto consiste na compra recentíssima de uma
rotativa para impressão, com tinta de anilina e clichês de borracha, com
rebobinador, cortador de folhas, cortador longitudinal e transversal, em 3
cores, o que vem concorrer para a presteza e perfeição absoluta no concernente
aos pedidos ou encomendas que esta firma vem atendendo, não só do nosso estado,
mas também e todos os recantos do país. Outra secção digna de citação é a de
fabrico de caixas em geral, para calçados, bombons, erva-mate, etc. Os senhores
Raicosky e Traple, cavalheiros de fino trato, mantém sob sua orientação nada
menos de 50 operários, hábeis e capacitados, que são verdadeiros amigos de seus
chefes, pois trabalham em ambientes sadios, com horas de trabalho pautadas
dentro do que determinam as Leis Trabalhistas, descanso, remunerações, etc.,
estando todos satisfeitos em ambientes onde o trabalho se casa perfeitamente
com o sentido de estar de produtividade.”
Acompanham o artigo, fotos de seus
fundadores, de maquinário e outra, do mostruário “da bem aparelhada organização
Impressora Pontagrossense” na Exposição Industrial de Ponta Grossa em 19 de
setembro de 1951 na qual a firma de Raicosk e Traple obteve diploma e medalha
de ouro.
O jornal da manhã, de 25 de janeiro de 1964 sob o título “chlicherie-Notável Empreendimento Enriquecerá Parque Industrial de Ponta Grossa”, inicia com uma declaração de Miguel Raicosk:
"Há um longo tempo vimos estudando um esquema de ampliação dos meios de produção com a aquisição de equipamentos especializados, com recursos próprios, visto que, apesar dos esforços, não conseguimos com os órgãos oficiais um financiamento mínimo para dotar Ponta Grossa de moderna clicherie, conjuntamente com aquisição e montagem de uma máquina de impressão Offset, que achamos de adquirir e a qual possibilitará a execução de trabalhos gráficos poli crômicos de propaganda ou cartonagem. ”
Pouquíssimo material confeccionado pela Impressora Pontagrossense foi preservado. Quando o estabelecimento deixou de funcionar os “velhos papéis foram sendo postos fora, para não tomar lugar.” Uma semana antes de dar seu depoimento a Casa Romário Martins uma enorme caixa de velhos impressos, rótulos e embalagens foram queimadas. Por ocasião do nosso primeiro contato, foi “localizada” uma caixa de sapato que acidentalmente escapara da queimada. Nela coletamos alguns rótulos da Impressora Pontagrossense, que agora são mostrados na exposição, e também rótulos confeccionados por outras litografias que haviam sido levados à Impressora para serem reimpressos.
Nota:
Apenas de não constar uma assinatura no artigo, pode-se imaginar que a autoria provável é de Rosirene Gemeal por volta de 1975.
Digitalizado do original datilografado por Alan Witikoski.
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