Quem atua na área de design certamente já passou por
situações na qual sua profissão parece ser mal compreendida. Possivelmente o
fato das diferentes nomenclaturas serem elaborados no Brasil, somada a confusão
da tradução (post) colaboraram para a consolidação de uma imagem “turva” sobre
o design e o designer no Brasil
Inúmeras vezes são relatadas descrições curiosas sobre as
visões do design. Alguns exemplos desfrutam de até certo ar clássico como:
então você goste de desenhar? O fato é que ainda a um longo percurso até que o
design tenha o reconhecimento e facilidade de entendimento que outras áreas
desfrutam como as engenharias, arquitetura, medicina, direito entre outras.
Claro que o fato do design ser uma atividade reconhecida por esta nomenclatura
relativamente recente, colabora para certa demora em sua assimilação. Neste
ponto o designer poderia conciliar uma parcela de instrutor/esclarecedor sobre
sua profissão.
Devido a fatores que não estão em foco aqui, como, por
exemplo, a regulamentação da profissão, a qualidade do ensino do design e etc,
criaram-se no mercado visões de design diferenciadas, ou que torna a afirmação
de uma “identidade” do que é a profissão de Designer, principalmente no Brasil,
difícil, não só para o mercado, como para os próprios profissionais. Esta
flutuação de possibilidades de atuação tem um lado positivo, ao proporcionar várias
áreas como mercados consumidores, porém por não impor barreiras, não permite
que o reconhecimento do trabalho, ou seu entendimento perante um publico maior tenha êxito.
No desenvolvimento de um projeto de logotipo, em alguns
casos, o custo parece incompreensível para alguém fora da área. Entretanto uma
abordagem mais educativa ou instrutiva, apresentando os passos e a existência
de toda uma pesquisa, de estudos e métodos sobre o produto/serviço aplicado no
desenvolvimento, normalmente são eficientes para, se não concretizar um
projeto, apresentar uma perspectiva nova a quem tem pouco conhecimento sobre a
área, reforçando a importância do design e orientando para a formação de uma parceria para o desenvolvimento do futuro projeto com profissionais adequados. Caso
outras pessoas sejam consultadas para fornecer um projeto de logotipo, o
solicitante terá uma visão mais ampla, e caso realmente tenha uma preocupação
com a imagem do seu produto/serviço, procurará profissionais adequados para
atender suas exigências, evitando assim construir vínculos com profissionais
duvidosos, ou meramente instrumentais. Esta perspectiva é baseada também na
capacidade e vontade dos contratantes/cliente em efetivamente desenvolver um trabalho
de qualidade e sólido.
Faz-se necessário compreender que um designer ao ter contato
com um futuro parceiro/cliente deveria, num primeiro momento, ter uma atenção
especial em construir uma imagem adequada para o trabalho do designer,
esclarecer como o design pode auxiliar no desenvolvimento e crescimento de seu
produto/serviço, ao invés de continuar com as eternas reclamações sobre clientes e afins. É
fácil criticar o outro lado, o duro é tentar se adequar para buscar uma mudança de
pensamento e percepção. Se todos os profissionais se unissem em prol de uma
correta orientação, talvez o mercado fosse mais maduro em alguns aspectos.
De certo modo é possível dizer que o design sofre de certa
miopia social, na qual o designer tem um papel, e até responsabilidade,
na correção deste "desvio" de foco proporcionado por alguns aspectos aqui abordados.
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