Resumo do artigo: Memória e humor gráfico: caricaturas e releituras de Belmonte, de Marilda Lopes Pinheiro Queluz, no livro Design e Cultura.
O texto é parte de um trabalho amplo que visa compreender a releitura como uma estratégia artística na reconstrução do sentido. Como recorte, são usadas caricaturas de Benedito Bastos Barreto (Belmonte). A análise proposta parte das teorias de Mikhail Bakhtin buscando novas relações de tempo e espaço (cronotopo) por meio das construções de intertextualidade.
O texto é parte de um trabalho amplo que visa compreender a releitura como uma estratégia artística na reconstrução do sentido. Como recorte, são usadas caricaturas de Benedito Bastos Barreto (Belmonte). A análise proposta parte das teorias de Mikhail Bakhtin buscando novas relações de tempo e espaço (cronotopo) por meio das construções de intertextualidade.
A definição de caricatura adotada é uma concepção de Rivers (1991) onde não é considerada como uma entidade pré-existente, emoldurada por um contexto, mas situada numa dimensão que interage com o processo histórico que se constitui. Assim sua concepção é dinâmica, ao mesmo tempo em que é influenciada pelo contexto, acaba influenciando-o.
Dentro do contexto de enunciação-enunciador-enunciatário, a autora propõe que a caricatura é uma inversão da inversão, o avesso do avesso, onde o passado e o presente se encontram na afirmação e na negação da história num só tempo. Torna-se um jogo, onde a ironia apresenta um desencontro entre o enunciado e enunciação. Dentro deste discurso seu conteúdo contém o seu contrário.
Segundo a autora, a dessacralização é um dos elementos característicos da caricatura, assim como a ironia e a ambiguidade. Existe uma “capacidade” de deslocar constantemente o ponto de vista, transformando-o em múltiplas perspectivas interpretativas.
Outro ponto comentado, e importante sobre o entendimento da caricatura como uma linguagem urbana, buscando a perspectiva do leitor, deixando-o entrever os projetos fracassados, as contradições do sistema, os sonhos, desejos e frustrações de quem não está no centro das decisões. A cidade é construída a partir do “fazer ver” e “fazer ser visto”, em “jogos de visibilidade” dos atores sociais em suas diferentes funções.
São apresentadas três caricaturas de Belmonte da década de 1940 e suas releituras por três artistas diferentes no ano de 1996. Em síntese as análises contêm em comum a características de deslocar o sentido, é estabelecida uma dinâmica interativa, um diálogo sobre o presente, uma intersemiose entre sistemas de signos diferentes. Atua-se no limite entre uma obra e outra, num processo de contaminação, o que ocasiona sempre uma nova reação, uma nova assimilação, uma nova conexão entre história e linguagem. Cria-se uma paródia da paródia, num movimento constante de autocrítica, de produção de sentido.
Segundo a autora:
“No jogo entre o presente e o passado, constitui-se uma trama de relações entre os tempos da história, a partir do olhar crítico, da ironia, da ambiguidade, da inversão. Reafirmam-se os modos de presença do outro, multiplicam-se os pontos de vista. As teias de intertextualidade mostram a história brasileira como um todo marcado pelas descontinuidades, uma constância entre camadas de nuances diversas. O olhar não se fixa nem na obra nem na releitura transita, percebendo as relações de sentido serem construídas nas fronteiras.”
Segundo a autora, a dessacralização é um dos elementos característicos da caricatura, assim como a ironia e a ambiguidade. Existe uma “capacidade” de deslocar constantemente o ponto de vista, transformando-o em múltiplas perspectivas interpretativas.
Outro ponto comentado, e importante sobre o entendimento da caricatura como uma linguagem urbana, buscando a perspectiva do leitor, deixando-o entrever os projetos fracassados, as contradições do sistema, os sonhos, desejos e frustrações de quem não está no centro das decisões. A cidade é construída a partir do “fazer ver” e “fazer ser visto”, em “jogos de visibilidade” dos atores sociais em suas diferentes funções.
São apresentadas três caricaturas de Belmonte da década de 1940 e suas releituras por três artistas diferentes no ano de 1996. Em síntese as análises contêm em comum a características de deslocar o sentido, é estabelecida uma dinâmica interativa, um diálogo sobre o presente, uma intersemiose entre sistemas de signos diferentes. Atua-se no limite entre uma obra e outra, num processo de contaminação, o que ocasiona sempre uma nova reação, uma nova assimilação, uma nova conexão entre história e linguagem. Cria-se uma paródia da paródia, num movimento constante de autocrítica, de produção de sentido.
Segundo a autora:
“No jogo entre o presente e o passado, constitui-se uma trama de relações entre os tempos da história, a partir do olhar crítico, da ironia, da ambiguidade, da inversão. Reafirmam-se os modos de presença do outro, multiplicam-se os pontos de vista. As teias de intertextualidade mostram a história brasileira como um todo marcado pelas descontinuidades, uma constância entre camadas de nuances diversas. O olhar não se fixa nem na obra nem na releitura transita, percebendo as relações de sentido serem construídas nas fronteiras.”
Para maiores detalhes, recomendo a leitura do artigo completo:
QUELUZ, Marilda, P. L.. Memória e humor gráfico: caricaturas e releituras de Belmonte. In: Marilda Lopes Pinheiro Queluz. (Org.). Design & Cultura. 1ed.Curitiba: Sol, 2005, v. , p. 111-131.
QUELUZ, Marilda, P. L.. Memória e humor gráfico: caricaturas e releituras de Belmonte. In: Marilda Lopes Pinheiro Queluz. (Org.). Design & Cultura. 1ed.Curitiba: Sol, 2005, v. , p. 111-131.
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