Digitalização de entrevista de Otto Stutz para Gazeta do povo, Nosso Bairro Água Verde. Infelizmente o material estava incompleto.
Para conseguir fazer esta entrevista com o artista plástico e desenhista Otto Stutz, nosso repórter precisou de insistência. A idéia partiu do nosso colaborador Haroldo Perdia, mas faltava o entrevistado aceitar a proposta. No início, ele resistiu, mas depois, com o pedido da filha Ângela e da amiga Eliane, Otto Stutz deciciu conceder esta entrevista para a memória do nosso bairro. Participaram da entrevista Haroldo Perolla e Angela M. Stutz Táws.
Vivi aqui e é aqui que pretendo "embarcar"
Para conseguir fazer esta entrevista com o artista plástico e desenhista Otto Stutz, nosso repórter precisou de insistência. A idéia partiu do nosso colaborador Haroldo Perdia, mas faltava o entrevistado aceitar a proposta. No início, ele resistiu, mas depois, com o pedido da filha Ângela e da amiga Eliane, Otto Stutz deciciu conceder esta entrevista para a memória do nosso bairro. Participaram da entrevista Haroldo Perolla e Angela M. Stutz Táws.
Vivi aqui e é aqui que pretendo "embarcar"
É com orgulho que Otto fala do bairro em que vive, o Água Verde. Ele nasceu em 6 de maio de 1923, filho de pais austríacos. "Morei e me criei no bairro da Água Verde, e aqui pretendo embarcar", declara sorrindo. De sua infância no bairro, ele se lembra da Segunda Guerra Mundial, dos exercícios de blecaute onde ele, Cláudio Tedesco e o Haroldo Perolla tocavam o sino da Igreja da Água Verde, simulando um ataque aéreo que nunca aconteceu. Torcedor do Paraná Clube "desde o tempo em que se chamava Savoya, em homenagem à família real italiana". A ca-misa do time do Água Verde, quando foi campeão em 1957, foi desenhada por ele a pedido do falecido Arnaldo Thá e do Haroldo Perolla. Segundo Perolla, "era a camisa mais bonita do país na época".
A passagem do Zepelin
Lembrando o tempo em que era estudante do Ginásio Paranaense (atual Pedro Macedo), Otto se recorda com satisfação da passagem do da passagem do imenso dirigível Zepelim por Curitiba. "Foi a maior sensação da Época. A cidade parou para ver o Zepelim".
O trabalho Otto conta que desenhava desde criança. E confessa:
“Nunca pensei que desenhando fosse ganhar a vida".
Aos 14 anos de idade foi aprovado em concurso para trabalhar na Impressora Paranaense, a maior impressora da época. Entre os 8 desenhistas da sessão onde ele trabalhava, era o mais jovem, trabalhava igual aos demais mas recebia menos que os outros. Participou de um curso ministrado por professores e técnicos alemães, entre os quais o professor Alberto Thiele, para trabalhar com litografia. Saiu-se bem com o curso porque meses após já enviava seus trabalhos para a gráfica Ipiranga, de São Paulo. Com o tempo, com o aprimoramento de seu trabalho, houve negociações e aumentos salariais quando ele recebeu convite para trabalhar naquela gráfica paulista. Diante do aumento salarial, decidiu continuar na Impressora Paranaense. Ele recorda que "o nosso trabalho era feito com muito prazer. Quando encerrava o expediente eu reclamava que queria continuar trabalhando". Mas a litografia tornou-se uma técnica obsoleta com o passar do tempo porque imprimia de forma lenta diante das novas conquistas tecnológicas da época, a impressão "off-set". A impressora trouxe novamente outros técnicos alemães para ensinarem as técnicas, mas desta vez os professores não ensinaram tudo, apenas o básico, de forma que a Impressora Paranaense necessitasse dos técnicos alemães para a finalização dos trabalhos. Esse procedimento desagradou a Otto, que decidiu escrever uma carta para uma Escola Técnica da Alemanha. Semanas depois ele recebia pelo correio um curso completo, com livros e folhetos. Estudou bastante. Recebia trabalhos, dava idéias, iniciava e passava para os técnicos alemães finalizarem embora já dominasse a ... [o pequeno recorte acaba aqui]
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